quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

PROPOSTA 001: poema de Vagno Fernandes

PASSAGEIRO 37

Tranquilizado,
bilhete de ônibus na mão,
assento numerado.
Entra, senta, partida -
indivíduo 37,
seguro de sua passagem
e das rodas que não são suas
que o carrega.
Serão 8h30 de viagem
certo de que,
quando pausarem,
e depois de sonolento recorrer ao banheiro do posto de gasolina,
quanto retornar,
poderá encontrar sua poltrona, só sua...
estofada e assim

Mais seis horas sob porte de um bilhete na suas mãos

(Vagno Fernandes)

3 comentários:

Paula Corrêa disse...

olá, gostaria de participar da oficina virtual, como faço?
abraço!

Victor Meira disse...

Bacana, Vagno. Gosto do poema e do jeito que ele se posiciona, todo figurado e amarrado.

Acho louco isso. A solidão do ônibus sempre me soa meio doida. Sabe, tem 50 pessoas ali, mas todas sozinhas.

Bonita poesia.
Abraçø!

Talitha Borges disse...

Integração


O passageiro pede passagem.
Paga passagem
Burla a passagem
Corta caminho
Corta a despesa
e chega sozinho.

O passageiro pede passagem.
Pela vida.
Pelo onibus.
Pelo sonho.
Pede passagem
e que não seja em branco.

Que seja pulando a catraca.